Estudo ainda levanta hipótese de que disfunção sexual persistente causada pelo medicamento seja permanente.

"No momento, a
rotulagem da medicação nos Estados Unidos adverte sobre possíveis
efeitos colaterais sexuais reversíveis, mas não há nenhuma
referência aos efeitos persistentes", diz Irwig. No entanto,
outros países, incluindo Reino Unido e Suécia, exigem que empresas
médicas incluam a advertência de "risco persistente" no
rótulo.
O pesquisador da
Universidade de Washington tomou conhecimento sobre os problemas
causados pela finasterida há alguns anos, quando encontrou na
internet relatos de homens que diziam ter desenvolvido disfunção
sexual com uso da medicação. Irwig então reparou que os homens
relatavam a disfunção sexual durante meses, mesmo após interromper
o uso da medicação.
"Me deparei com
o site chamado propeciahelp.com
com mais de 1.400 usuários registrados - muitos jovens saudáveis
que desenvolveram os mesmos efeitos colaterais sexuais relacionados à
finasterida - e descobri que ninguém ainda havia publicado uma
pesquisa olhando para estes homens - como: quem são eles, por quanto
tempo os efeitos colaterais duraram, quais foram os efeitos
colaterais."
"Vinte
por cento dos pacientes que entrevistei experimentaram disfunção
sexual persistente por mais de cinco anos, o que me faz pensar se a
disfunção sexual persistente é, na verdade, permanente", diz
Michael Irwig
O estudo de Irwig
inclui resultados de entrevistas com 71 homens com idades entre 21 a
46 anos para avaliar quanto tempo eles tomaram finasterida, o tipo e
duração dos efeitos colaterais sexuais e a frequência sexual antes
e depois da medicação.
O pesquisador
descobriu que 94% dos entrevistados desenvolveram baixo libido, 92%
disfunção erétil e diminuição da excitação, e 69% de problemas
relacionados ao orgasmo.
Em média, os
entrevistados usaram finasterida por aproximadamente 28 meses, mas
experimentaram efeitos colaterais persistentes por um período médio
de 40 meses, a partir do momento em que deixaram de tomar a
medicação.
O estudo também
evidencia que o número médio de episódios sexuais por mês caiu
após o uso de finasterida. "Antes de usar finasterida, os
homens experimentaram atividade sexual média de 26 episódios por
mês, mas após o uso, este número caiu para cerca de oito por mês
- redução de quase dois terços."
"Vinte por
cento dos pacientes que entrevistei experimentaram disfunção sexual
persistente por mais de cinco anos, o que me faz pensar se a
disfunção sexual persistente é, na verdade, permanente",
acrescenta.
Irwig observa ser
crucial que durante o tratamento da calvície masculina médicos
discutam com seus pacientes a possibilidade de efeitos colaterais
sexuais persistentes, para que a decisão de tomar os medicamentos
seja consciente.
Em comunicado, a
Merck observou que nenhuma evidência prova uma relação causal
entre Propecia e disfunção sexual de longa duração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário